sábado, 25 de julho de 2009

Tirando a poeira

Tanto tempo que não passo por aqui que pensei "tenho que escrever algo relativamente interessante!". Pensei em algo que emocione, ainda que apenas dentro de mim e me encha de poesia e cor.
E o que seria interessante? Sabe, ando com a cabeça em tantos lugares bonitos que esqueci de lembrar que é preciso, às vezes, vomitar. Sim, vomitar tudo aquilo que tem no poço da gente. É lá que está o nosso texto e a parte mais difícil é a hora do dedo na garganta, o exato momento que você e seus escritos internos estão prontos e se encontram em grande estilo.
Ando bebendo de menos e esse "mal-estar" não tem acontecido com tanta frequência. Porém, hoje, senti uma vontade quase que incontrolável de gritar o meu sorriso, dizer que é com prazer que enfeito o meu jardim.
Acordo-dia, durmo-noite, insonias e lembro; lembro que é preciso levantar e olhar para o sol, ainda de braços para o ar agradecer pelas pétalas que não consigo ver, mas sei que estão ali e bem-me-quer. E não consigo porque dizem que quando grande é o sentimento, por mais que tentemos antes do sono chegar, lembrar, não é fácil vizualizar o físico, os detalhes, deixando a imagem vaga, embaçada e as pétalas simplesmente somem. Mas ainda sem te-las em minha mente, abro as janelas e permito que elas cresçam.
As borboletas sobrevoam meus cachos. Eu juro, eu vejo-as. Tem azúis, cor-de-rosa, estampadas com bolinhas coloridas, e me acompanham dançando e fazendo bagunça na cuca-da-nega. Vezenquando fazem festa no meu estômago e deixam a sensação de frio-na-barriga que adoro. As mais atrevidas saem pela boca, evitando o silêncio e repousam sobre a margarida que com carinho plantei.
Meus pés não tem se comportado como ensinei, eles saem do chão com freqüência e em uma velocidade até que agradável, permitindo que meus dedos toquem nas nuvens-de-algodão-super-doce. E sonho.
O sangue corre depressa e quente, a retina intacta com a doçura e simplicidade do jardim, a pupila se mantem vibrante e inquieta. Pulsa. Pulsa esse bolo de carne. Pulsa rápido, que por instantes penso que sairá junto com as borboletas para algum lugar bonito. Pulsa aqui dentro e me sinto viva.
Respiro, suspiro, respiro...
" E se não fosse a beleza da flor, como seria? "

4 comentários:

  1. Pra você, escrever tem algo de angustiante? POr que me passou uma certa angústia em seu post...

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  2. flores...flor.....amor!!!a vida é feita de tanta coisa.....aiaiaiai quedeliciadevontadedequererquereralgoassimmaispertodemimcomooamorqueapoucodeixeiescapulir
    lindo texto!!!!!
    beijos flor
    day

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