sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Amor em potes

Uma vez resolveram colocar o amor em potes.
Potes grandes, robustos e com tampas coloridas.
Um tinha grãos pretos. Grãos finos, fortes, cheirosos. Milhares de grãos que juntos formavam um essência maravilhosa, capaz de despertar qualquer corpo do coma.
No outro havia grãos brancos. Grãos mais grossos, as vezes até cristal. Grãos puros, doces, muito doce por sinal, brilhavam se só. Juntos melavam qualquer amargura.

Depois de um longo tempo descobriram que os grãos pretos de nada serviam sem os grãos brancos. Que precisavam se misturar, misturar ao tal ponto de não conseguir separar um grão do outro grão.

Foi ai que as tampas emperraram.

O café era só o café, amargo e sem força.
O açúcar era só o áçucar, doce e sem gosto.

E o bom dia, nunca mais foi o mesmo.

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